Falar de exportações no Porto Santo pode não fazer sentido , o Porto Santo hoje só exporta lixo e vasilhame. Exporta sucata de ferro, de vidro, de cartão e lixo indiferenciado, exporta vasilhame de gás, de refrigerantes e nada mais, Mas nem sempre foi assim, tempos houve em que o Porto Santo exportava tanto ou mais que importava. Havia na ilha a industria conserveira, a industria da cal em pó, o vinho do Porto Santo , as aguas minerais do Porto Santo, a uva, a melancia e o melão, e o gado.
Varados na praia ou atracados ao cais, tudo era carregado para a Madeira, e dizem as pessoas mais idosas que por vezes os barcos carreireiros iam carregados para a Madeira mas voltavam com pouca carga, o inverso dos dias de hoje, em que praticamente tudo o que se consome na ilha é importado. Nos anos 40 do seculo passado o Porto Santo exportava grande quantidades de conserva de peixe, sobretudo atum, que era reconhecida pela qualidade, sendo a industria que mais emprego gerava.
Também a cal do Porto Santo, de excelente qualidade era uma das principais industrias. sendo ainda visíveis pela ilha , ruínas dos antigos fornos, que infelizmente estão a perder-se, exportando-se muitas toneladas para a vizinha ilha, usada sobretudo na construção,
A famosa agua do Porto Santo, conhecida internacionalmente, foi uma das ultimas industrias da ilha a desaparecer, mantendo-se ainda o prédio com a configuração original e com toda a maquinaria no interior, um bom local para se fazer um museu alusivo a fábrica das aguas, que muito deu ao Porto Santo e que infelizmente passou á história.
A par com estas pequenas, "grandes" industrias a nossa ilha exportava em grandes quantidades o famoso vinho do Porto Santo, que pelas suas características era usado para enriquecer algum vinho Madeira, e como tal, depois das vindimas os carreireiros iam para a Madeira carregados de vinho.
Também durante o verão, a produção de melancia, que era considerável, ocupava muito do espaço nos barcos carreireiros, sendo muito procurada pela sua enorme qualidade, assim como a uva de mesa que na mesma altura ia para o Funchal em grandes cestos de vime.
A criação de gado era uma das grandes fontes de riqueza na ilha, indo os animais vivos amarrados no convés dos barcos, e sendo embarcados de salto, pelas escadas do cais.
Se alguém se achar no direito de reclamar a autoria de algumas fotos por favor contacte-me que eu as retirarei, o que seria uma perda para a informação deste post.
Agradeço á Sra Manuela Andrade a cedência de algumas fotos .
Varados na praia ou atracados ao cais, tudo era carregado para a Madeira, e dizem as pessoas mais idosas que por vezes os barcos carreireiros iam carregados para a Madeira mas voltavam com pouca carga, o inverso dos dias de hoje, em que praticamente tudo o que se consome na ilha é importado. Nos anos 40 do seculo passado o Porto Santo exportava grande quantidades de conserva de peixe, sobretudo atum, que era reconhecida pela qualidade, sendo a industria que mais emprego gerava.
Traineiras a descarregar peixe para a fabrica das conservas. |
Também a cal do Porto Santo, de excelente qualidade era uma das principais industrias. sendo ainda visíveis pela ilha , ruínas dos antigos fornos, que infelizmente estão a perder-se, exportando-se muitas toneladas para a vizinha ilha, usada sobretudo na construção,
Carreireiro "Maria Cristina" carregado com caixas de agua, ainda construídas em madeira |
Carreireiro carregando pipas com vinho |
A criação de gado era uma das grandes fontes de riqueza na ilha, indo os animais vivos amarrados no convés dos barcos, e sendo embarcados de salto, pelas escadas do cais.
Estranhamente, com todas as dificuldades de transporte, o Porto Santo exportava , e exportava muito, agora , com excelentes transportes, os contentores e camiões regressam ao Funchal vazios, o que nos deixa a pensar se as medidas que ao longo dos anos se foram implantando, umas por exigências comunitárias outras nem por isso , foram benéficas, pois assim todos perdem. Perdem os portossantensses que poderiam ter mais riqueza e emprego, perdem os armadores que poderiam ver os seus navios mais rentabilizados e perde o governo que assim recebe menos impostos .
Se alguém se achar no direito de reclamar a autoria de algumas fotos por favor contacte-me que eu as retirarei, o que seria uma perda para a informação deste post.
Agradeço á Sra Manuela Andrade a cedência de algumas fotos .
Fantástido artigo. Sou ainda um sortudo pois conheço o sabor das uvas brancas e das melancias do Porto Santo e digo que eram do que havia mesmo de melhor. Pena que essas actividades se tenham perdido...pois se as colocassem de novo no mercado de certeza que compradores não iam faltar.
ResponderExcluirAbraço
Ricardo
Obrigado Ricardo,
ResponderExcluirAs uvas e as melancias do Porto Santo são realmente de sabor requintado, nada tendo a ver com as que se compra actualmente nas grandes superfícies. Pena que se tivesse acabado com tudo isso, e hoje sofre-se também por isso, Tenho a certeza que sim .Se voltassem haveria muito mercado, mas são muitas a exigências, tantas que desincentiva os produtores.
Abraço
Elvio